O Fluxo de Caixa, conforme já apontamos em artigos anteriores, é a espinhal dorsal da gestão financeira. Isso porque, como se trata da dinâmica de movimentação do caixa (entradas e saídas), representa o núcleo de qualquer negócio. Afinal, é por meio da previsão de entradas e saídas que uma empresa pode realizar projeções sobre sua atividade produtiva.
Na Advocacia, acontece exatamente igual, ou melhor, na Advocacia, a necessidade de se fazer o controle do fluxo de caixa é ainda maior, em razão do contexto potencialmente mais imprevisível em que está inserida. Mas, afinal, quais são os riscos reais de não controlar o fluxo de caixa? Quais as potenciais repercussões desta falta de controle sobre o financeiro? Pensando nestas e em outras questões relacionadas ao fluxo de caixa enquanto ferramenta de gestão financeira, a Computar selecionou, neste artigo, alguns dos principais riscos de não o controlar. Confira abaixo!
1. Desconhecimento da situação financeira
O primeiro risco que um gestor corre ao não realizar o controle do seu caixa é a falta de conhecimento acerca da situação financeira do escritório. Isso porque o fluxo de caixa, conforme já dissemos, é, basicamente, o retrato, o raio-x da empresa. Sem ter conhecimento acerca da situação financeira do escritório, não é possível organizar as finanças, nem prospectar sobre elas.
2. Falta de planejamento
Com o desconhecimento da situação financeira, vem a impossibilidade de organização, já que é impossível organizar o que não se conhece, não é mesmo? E um negócio desorganizado financeiramente não avança por inúmeros motivos, sendo o mais basilar deles a falta de planejamento. Isso porque o planejamento financeiro é, em síntese, um processo complexo e completo de organização. Por meio dele, organizam-se não apenas as finanças, mas também as metas e objetivos do negócio. Por isso, um negócio que não realiza seu fluxo de caixa, desconhece a si mesmo e, como tal, é incapaz de saber para onde quer ir, ante a falta de planejamento.
3. Prejuízo ao processo de tomada de decisão
Como não há organização, nem planejamento – num negócio que não controla o seu fluxo de caixa – o processo de tomada de decisão se sujeita a retratos momentâneos do contexto mais imediato. Assim, decisões gerenciais importantes acerca do futuro do empreendimento são tomadas à medida em que surgem suas demandas. Com isso, tem-se uma gestão reativa, que, ao invés de definir, é definida pelas circunstâncias.
4. Contratar empréstimos sem necessidade
Ao desconhecer sua própria situação financeira, o escritório, submetido à dinâmica da gestão reativa, tende a resolver as coisas à medida em que elas surgem. Sendo assim, diante de eventuais e urgentes necessidades, o gestor do escritório desorganizado financeiramente e sem planejamento, não pensa duas vezes antes de contrair uma dívida para o negócio, afinal, as contas não esperam. Isso quando não tira ele, do seu próprio bolso, o valor de que o escritório precisa, alimentando o ciclo da confusão patrimonial, que, aliás, é também um dos riscos de não controlar o fluxo de caixa, conforme veremos abaixo.
5. Confusão patrimonial
Enfim, um dos problemas mais recorrentes entre empreendedores e, talvez, o principal gatilho para a falência de empresas: confusão patrimonial. Mas como a confusão patrimonial é um risco causado pela falta de controle do fluxo de caixa? Por diversas razões!
Veja, controlar o fluxo de caixa significa conhecer de todas as receitas e despesas do negócio. Com esses valores em vista – que são discriminados quanto à origem também – é possível saber, exatamente, de onde vem cada entrada e cada saída do seu negócio. Tendo essas informações, é possível visualizar, claramente, se é o seu escritório quem cuida das próprias finanças ou se há despesas externas e rendas alheias sendo apuradas e contabilizadas por ele.
Conclusão
Não controlar o fluxo de caixa tem consequências graves e imediatas para qualquer negócio, mas, principalmente, para aqueles que vivem em grau maior de imprevisibilidades, como é o caso da Advocacia. Por isso, a fim de não ter de lidar com os problemas acima – que só se amontoam – é preciso não negligenciar este controle que, aliás, deve contar com toda a tecnologia disponível no mercado, como é o caso dos sistemas de gestão financeira. Afinal, ninguém tem tempo para ficar atualizando planilhas manuais todos os dias, não é mesmo?